terça-feira, 29 de junho de 2010

Viroses

Aproveito para me desculpar pela ausência de duas semanas. Estou com uma virose que atacou muita gente que conheço (uma tosse seca insistente e chata) que me tirou o ânimo e a voz. Ok, os dedinhos funcionavam, mas faltava disposição.

Então aproveito para falar da falência do sistema particular de saúde de Salvador. Sim, particular. A Bahia tem 4 mil leitos hospitalares a menos do que o recomendado pela Organização Mundial da Saúde. Conheço muitas mulheres que optaram por marcar um parto cesáreo por medo de não achar vaga para dar o bebê à luz.

A situação chegou ao ponto de médicos do Hospital São Rafael denunciarem agressões da qual tem sido vítimas. Pacientes e familiares ficam impacientes (perdoem o trocadilho óbvio) e reagem com socos e gritos.

Todo este cenário me fez desistir de ir em busca de um atendimento para aliviar minha tosse. Preferi meu chazinho com nebulização. E assim, meu plano de saúde engorda feliz.

Sobre pesquisas e especulações

A chegada do período pré-eleitoral traz coisas curiosas. A quantidade de candidatos que alegam ter pesquisas internas que mostram números diferentes aos dos grandes institutos é impressionante. É uma desculpa manjada e que chega a pegar mal, mesmo que existam números divergentes.

Eu, nos momentos de sarcasmo, chego a pensar que pesquisa interna tem cara de coisa feita entre os militantes. Não parece? "Pesquisamos entre os nossos filiados e temos um número de intenções de votos muito maior que o do insituto Y". Melhor adotar o outro discurso manjado. "A pesquisa que vale é a das urnas, bla bla bla".

sábado, 12 de junho de 2010

Revoada de tucanos

A piada que rolava entre os jornalistas que foram cobrir a convenção nacional do PSDB: quem foi o petista que organizou isto aqui e fez este ótimo serviço? Porque parecia missa encomendada pelo adversário. Uma desorganização de fazer dó.

A maioria dos colegas penitentes estava lá desde às 9 horas da manhã, horário marcado para o evento começar. E não tinha uma boa (ou má) alma que desse uma informação sobre que horas começavam as falas, qual era a ordem, quem vinha, por onde iam entrar...

A sala de imprensa era um cafofo. O ar condicionado não funcionava. Havia três computadores conectados à internet (lenta...) e mesas de plástico para o pessoal usar os portáteis (sem ter como usar os cabinhos de segurança. E o maior dos desrespeitos: não tinha café!

Tentei, em vão, saber se o candidato concederia uma entrevista coletiva. Ouvi inúmeros "não sei". Tentei acompanhar o candidato na saída e fui atropelada pelos fãs de Serra.

Bastidores à parte, Salvador não ganhou em nada com o evento aqui. E acho difícil que Serra tenha aumentado o capital eleitoral dele entre os baianos. Ainda mais criticando o corte de verbas para o transposição do Rio São Francisco.

Os tucanos pagaram mico!

terça-feira, 8 de junho de 2010

Serra encontrou Jesus

Vai ser uma confusão dos diabos.

Sábado, dia em que o PSDB faz a convenção nacional no Clube Espanhol - ponto equidistante entre Ondina e a Barra - para homologar a candidatura de José Serra, os evangélicos fazem a caminhada para Jesus que sai do Largo de Ondina em direção ao Farol da Barra.

Chegar para a convenção tucana, só voando!

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Facebook acadêmico

Apenas uma reflexão sobre as coisas da vida:

Já repararam como o sistema Lattes é o Facebook do meio acadêmico? Conheço alguns aspirantes a doutor (ou a mestre, especialista - até bacharel vale) que ficam horas futucando o currículo dos outros. Vendo que cursos fizeram, quem orientaram - e vão em rede vendo a vida dos outros.

Qual a grande diferença para o comportamento dos orkuteiros e facebookeiros ao olhar a vida alheia? Mas, no Lattes, há o status de ser um encastelado da torre de marfim. Pior ou melhor?

Observação: antes que me critiquem, a ferramenta, em seu uso original, é muito eficiente. Falo apenas do ponto de vista do see you see me.

Artilharia antitucana

Bomba! Deputados do Democratas na Bahia ameaçam retirar apoio a José Serra se não houver coligação na chapa proporcional. O movimento é encabeçado pelo deputado Gaban.

Essa aliança está mesmo com um quê estranho. Suspeitas de um acordo de bastidores entre Dem e PMDB sem consultar o PSDB (que garante não aceitar o acordão), o PSDB baiano garantindo que o antigo PFL não terá espaço como vice de Serra e agora esse desentendimento na proporcional?

Tudo isso na semana em que acontece, em Salvador, a convenção nacional dos tucanos para homologar a candidatura de Serra.

O Dia dos Namorados pode acabar em briga conjugal na Bahia. Daquela que sai na página policial.

Sarapatel requentado

Depois do mistério "como pedirão votos para presidente Geddel (Dilma) e Benito (Serra) em um mesmo palanque", novo ingrediente pro sarapael eleitoral.

O atual vice-governador da Bahia, Edmundo Pereira - que é, poranto, vice de Wagner - será mesmo o candidato à vice na chapa de Geddel. Especulações:

1) Ele gostou de ser vice e quer ser reeleito para o cargo mais ativo que de rainha da Inglaterra;
2) Faltou criatividade a Geddel;
3) Geddel, apesar de negar, quer o continuísmo;
4) Vice? Serve pra quê, mesmo?

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Parada obrigatória


Estão chegando as férias de meio de ano e o câmbio favorável leva muitos brasileiros para a Argentina (mesmo em ano de Copa de Mundo). Aqueles endereços tradicionais e pontos históricos, todo mundo conhece, mas eu queria indicar um lugarzinho ótimo que está em poucos guias de turismo.

O El Sanjuanino vende empanadas, que são a versão de lamber os beiços dos nossos pastéis de forno. O recheio é suculento e a massa bem fininha. No restaurante (uma portinha, perto da entrada dos fundos da Embaixada do Vaticano) você paga pouco, come bem e ainda ouve piadinhas infames dos garçons que fazem questão de saber pra que time você torce (ouvi Bambi, Bambi todas as vezes que fui lá).

Se você está em Salvador e ficou curioso, sei de um lugar por aqui que servem uma versão parecida. Em Praia do Forte, o Tango Café - restaurante de um Argentino radicado na Bahia - serve uma empanada bem gostosa. Se for por lá, prove também o hambúrguer caseiro (perfeito!) e uma das tortas.

De volta a nostra Buenos Aires:
Posadas 1515, Buenos Aires

Aqui me tens de regresso

Nunca tentei, com afinco, ser boêmia. Mas a cidade onde eu moro realmente não ajuda.

Salvador tem fama de ter festa um ano inteiro, com povo festeiro, mas a impressão é a de que o soteropolitano precisa estar em casa de volta pra novela das 8. Ontem, saí do trabalho depois da meia-noite e fui encontrar amigos em um bar perto de casa. Ainda no meio do caminho recebi a notícia: a cozinha já fechou, viu? Véspera de feriado prolongado e um bar que encerra logo depois das doze badaladas? Será que as cozinheiras viraram abóboras?

Bom, tive que me contentar com uma batata-frita emergencial. Foi tudo que conseguiram pedir para mim (valeu, Pá!). Mas assumo que meu humor ficou abalado.

Como queremos nos tornar pólo turístico se nosso visitante precisa voltar pro hotel, frustrado, em horário de criança estar na cama? Nem pra flanar pelas ruas não dá. A não ser que você seja um verdadeiro aventureiro. Suplicante lhe peço que permita a volta do boêmio, Salvador.

O jeito é me contentar com meus 140 canais de programação repetida. Viva "Melhor é Impossível".

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Sarapatel indigesto

Por favor, me expliquem como vai ser este furdunço, muito mais complexo que a Quadrilha de Drummond.

Benito apóia Geddel
Geddel apóia Dilma
Dilma também está com Wagner
e Benito pede voto pra Serra
Serra é do PSDB
PSDB que apóia Souto

Vamos ao nosso palanque hipotético:
Geddel faz comício, em uma cidade dessas do interior que seja base de Benito. Discursos inflamados, "Wagner paralisou a Bahia! Onde estão os investimentos!". E Geddel completa: "Se eu for eleito, ao lado da presidente Dilma..." "Dilma?", pergunta Benito. "Não. O Brasil vai ser melhor com Serra!"

Na platéia, bandeiras com tucanos agitam-se misturadas às de estrelas vermelhas. E o eleitor volta pra casa sem entender direito em quem o cacique mandou votar. Olha pras praguinhas pregadas à camisa, joga todas fora e vota nulo.

A gente não concorda, nem discorda. Muito pelo contrário.

terça-feira, 1 de junho de 2010

one minute in your lips forever in your hips

Levaram a sério a máxima das anoréxicas:

Lixo X Poluição Sonora

Não, não vou repetir o post anterior. O caso é o seguinte: moro numa rua sem saída, na parte mais boêmia da Barra. Isso quer dizer que sextas e sábados à noite, temos muitos visitantes de botecos que usam as ruas da minha vizinhança para deixarem os carangos e voltarem dirigindo bêbados pra casa. Mas o planejamento da coleta de lixo parece que é feito para o pessoal do caminhão parar pra tomar uma.

Explico: o caminhão passa sempre depois da meia-noite, horário de pico dos freqüentadores da night soteropolitana. Neste cenário, contrói-se o caos. Caminhão entra na rua, coleta o lixo, faz um barulho dos infernos e leva séculos para manobrar e conseguir deixar a rua.

É aquela sinfonia maravilhosa: BLAM, BLAM, IÓ, IÓ, IÓ, UÉ, UÉ, UÉ, UÉ, UÉ, POM, POM, POM... (sim, caminhões tem sinal sonoro de ré, os baldões de lixo são barulentos e ainda às vezes tem um esperto pra buzinar achando que o caminhão vai se desfazer com o som).

Pergunta: não tinha outro jeito?

Pra jogar fora

Todos os dias, 4 mil toneladas de lixo são recolhidos pelos caminhões em Salvador. Isso quer dizer que cada soteropolitana é responsável por mais 500 quilos de lixo no aterro em um ano. Se levarmos em conta que o baiano tem 71,4 anos de expectativa de vida, cada um de nós deve deixar, além do peso do próprio corpo em um campo santo, 35,7 toneladas de porcaria.

Aqui, não contabilizamos toda a porcalhada que fica nos córregos, terrenos baldios e outros pontos inadequados. Dengue, meningite, leptospirose são alguns dos problemas que essa sujeira toda pode causar. Como é que dá pra pensar em sociedade susntentável, assim?